22 de dezembro de 2009

Letter .

Você me conhece tão bem e sabe que odeio falhar. Odeio. Sei o quanto você irá me odiar nesse momento. Eu sinto muito. Sinto tanto. Tenha paciência comigo, por favor. Não estou te abandonando, não pense assim. Sempre fui por você, sou por você. Eu serei o seu anjo da guarda. Te prometo que não deixarei que mal algum lhe atinja. E nunca haverá frio, nunca haverá medo. Quando parecer que o mundo a sua volta está ruindo, não haverá dor. Eu preciso que seja assim, meu bem. Preciso disso. Já sentiu como se estivesse morrendo aos poucos? E uma dor que não é física e deixa minha mente dormente. Me prometa algo. Estude, se cuide e seja muito feliz. Cante alto quando estiver triste e mais alto ainda quando feliz. Isso é tudo.
Eu te amo muito.

Essa vida louca vida, essa vida breve. Já que não posso levá-la, quero que ela me leve.

17 de dezembro de 2009

Formigas não têm sentimentos

Rotina. Sobe, desce, cava. É proibido parar pra dormir, é proibido parar pra descansar. O cair de uma folha pode atrapalhar o caminho por alguns poucos segundos, fazendo-as sair daquele torpor, atrapalhando a automaticidade dos movimentos. O desespero reina por um ínfimo de tempo, porém uma solução é logo aplicada: simplesmente contornar a folha. Assim acontece, infinitamente. Civilizações são escavadas sob civilizações. Se um piquenique desfrutado num parque por um casal apaixonado entra no meio do caminho das formigas, não haverá amor - nem um grãozinho de brioche sequer pra contar história.

Formigas não dormem, formigas não são muito ambiciosas. Formigas não têm sentimentos.

 
 
Pra Yasmim Lisboa, inspiradora desse textinho tosco *-*

20 de novembro de 2009

Lacônicamente, pra variar.

O que você quer? Olha pra mim, vê. Eu não presto, nem sinto muito. E se disser que sinto, minto. O melhor de mim eu escondo e o pior eu exibo estampado na minha cara. Nesse olhar frio e direto que transpassa o corpo e a alma, que feito detector de mentiras, sente cada vibração, cada mudança de postura. E se o teu coração palpita, posso ouvir a quilômetros de distância, como uma melodia cantada pra me enfeitiçar. Mas não. Você não me engana, nem com o seu discurso mais prolixo sobre o que é o amor, sobre que sem você não saberei quem sou. Desculpa, meu bem, mas se iludir é dos anos 80. Perdeste o lugar no pódio das minhas lembranças. Envergonha-te.


* nota: pequena frase do Bial, referindo-se a Caju.

19 de novembro de 2009

Falling.

E a queda foi alta do lugar de onde despenquei, feito anjo que morreu de raiva. Não sei como ou por quê. Talvez sejam as minhas asas de papel que me impeçam de voar em dias de chuva. Já que ao cair perdi minha graça, a minha sina é ser mortal.

9 de outubro de 2009

Isso é tudo.

Segurei-lhe a mão com ternura.
- Senta aqui que eu quero lhe falar.
- É importante?
- Não sei, você quem deveria me dizer.
- Fala de uma vez. 
- Há muito desconheço as suas prioridades.
- E o que isso quer dizer?
Me irritava aquela falta de entendimento. Tem estado tudo assim ultimamente, tão diferente. Não sei porque, então culpo o tempo.  Já era de se prever.
- O que dizíamos ser um nó, é na verdade um laço frouxo que vai folgando com o tempo, hm.
- Como é?
- É isso. Pode soltar da minha mão, obrigada.
Refleti antes de me levantar. Não sabia se era ao certo aquilo mesmo que queria fazer. Talvez eu tenha perdido algum momento, algo que me fizesse entender o motivo de tudo estar como está. Eu nem sempre estive lá como havia prometido. Bem típico de mim. Mas eu tinha avisado, não queria ninguém perto de mim, não queria magoar ninguém. Por algum tempo pensei que minha teoria de proteção fosse absurda, porque eu estava tão bem com você, ter alguém com quem contar, alguém que estivesse lá por mim, incondicionalmente. Mas agora vejo como estava certa.
- Tudo bem. - me disse, quebrando o silêncio.
- Eu sentirei muito a sua falta.
Dando-lhe um beijo na testa, fui-me embora.

22 de setembro de 2009

Hello, Stranger (:

Olá, Estranho. Ponho de lado o meu violão para falar sobre você. Tudo soa tão clichê para mim. Esses amores à primeira vista, finais felizes para a eternidade e muitos outros blábláblás. Mas não pude resistir, se um dia como um sonho você apareceu pra mim*. Você mudou a minha vida, Estranho. Lembro quando te vi pela primeira vez, quando fui de encontro a você. Eu não tinha realmente te notado no meio de tantas pessoas, apenas tropecei em você. A partir daí, tornou-se constante você estar presente em todos os lugares que eu costumava ir, inclusive em meus pensamentos. E aqui está você, nesta folha, nestas palavras, no nosso gosto parecido.
Eu sei tanto de você, mas nada sabes sobre mim. Sei das músicas que gosta, das coisas que escreve, sei que já te decepcionaram e que você ainda sente por isso. Eu sei de tanta coisa, eu poderia fazer você se apaixonar por mim, mas gostar de alguém não faz esse alguém gostar de você. Te olho de longe. É tão bom te ver. Eu adoro o modo como você anda. Tão despreocupado, tão sem ambição. Vive com os fones no ouvido, talvez tenha medo do que o mundo tem a lhe dizer. Você escutaria o que tenho a lhe dizer, Estranho? Você tem a sua vida, talvez ame alguma garota, talvez ame todas. Você vive ao seu estilo, quer se tornar história. Eu me pergunto quando eu farei parte da sua.


* A bailarina e o astronauta - Tiê

3 de setembro de 2009


- O fato de olhar todas essas estrelas não te faz sentir insignificante, Charlie Brown?
- Não... Sou insignificante de qualquer forma. Elas não me incomodam.

(Peanuts)


- Achei digno ;)

23 de agosto de 2009

Vodca e gargalhadas gostosas


Bem me lembro de janeiro
Quando o sol me deu vocês
Meu presente de ano novo
Que agora o frio levou

No meio da chuva de um dia de inverno, vodca e lembranças devem ser incluídos. Lembranças de amores - e amigos. Tudo que fora compartilhado e sentido. E os sentimentos mais uma vez são maiores do que eu. Maiores do que a minha vontade de largar tudo pra trás. Sonhos novos, amigos antigos, vodca. Pra temperar gargalhadas gostosas.* E deixar meu coração com tanto calor que isso me faça sentir tão bem.
* (Caju)

7 de agosto de 2009

Aos 16,

É horrível chegar aos 16 anos e ver que não realizou nada de concreto na sua vida. Nada realmente marcou. Após 16 longos e cansativos anos, não ter ninguém para chamar de amor, ou de amigo. Falo do coração, não da boca pra fora. Não ter aquele(a) amigo(a) que será madrinha do seu casamento, com quem você passará natais e réveillons, que estará com você até a 3ª idade e que dará boas risadas contigo, relembrando os absurdos vividos por ambos, há coisa mais angustiante? Em meus dezesseis anos, não sou nada do que queria ser. No ápice da vida, vivendo nesse mundinho falso com pessoas falsas e emoções de mentirinha, incertezas desmedidas se apresentam, incógnitas que não sei como decifrá-las. A minha fortaleza de idéias que pouco significa para os meus familiares, todas espalhadas por aí, não me importo se alguém as ler, de nada entenderiam mesmo.
Aqui me despeço, buscando fôlego para recomeçar, com a idéia de que tudo será diferente, que tudo irá melhorar.

1 de agosto de 2009

Cazuza

Vida louca vida
vida breve
já que eu não posso te levar
quero que você me leve ♪

31 de julho de 2009

Particularmente ..


Decidi que não quero mais amigos. Eles me corrompem, me amolecem, acham brechas na minha fortaleza. Prefiro a vida assim, sem contratos de confiança, de afeto. São tantas as decepções, os erros. De certo que há também os bons momentos, o companheirismo, troca de confidências, risadas, mas aí vêm as decepções.
Temos que aprender que as pessoas vêm e vão, tudo passa.
Um amigo chateado me questiona:
- Uma vida sem amigos não é uma vida de solidão e tristezas?
- Nem sempre.
- Tanta solidão e tristeza não te enlouqueceria?
- Não, porque nem sempre.

22 de julho de 2009

Vamos brincar de falar sério ;*


As pessoas vivem dizendo coisas. Isso me irrita. ARG :@
Se aquilo que dizes nem passa perto do que acreditas, pra que divides comigo? Não quero ouvir mentiras cuspidas para me agradar. Me faça mal, mas fale a verdade.
Por que diz que pra você eu sou transparente se nem ao menos sabe quando estou feliz?
Por que fala olhando em meus olhos que me conhece se nem sabe de que livro eu gosto?
Por que me diz pra não temer se nem ao menos sabe sobre os meus temores?
Grite comigo! Diga que sou superficial, que sou estúpida por me irritar com coisas fúteis.
Quero ouvir verdades, mentiras sinceras não me interessam mais. Eu já aprendi que não devo me abalar com qualquer deixa, nem vou me deixar levar por palavrinhas bonitinhas e juras de amor.

Eu não estou - nem sou - revoltada. Bjs Bjs :*

21 de julho de 2009

Ininteligível

Já não sei o que sinto. Já não sei o que sou. Desconheço-me por completo. A cada ação que realizo menos me conheço. Não pareço eu. Eu mudei. E as pessoas à minha volta também. Sinto-me uma estranha num corpo vazio. Não me reconheço pelas forças que me regem. Nem conheço qualquer sentimento que me invade. Estou estranha. Sinto-me estranha. E as aproximações e afastamentos de determinadas pessoas também me estão a pôr ainda mais confusa e ininteligível. Anônimo.

Ps: Não é meu, mas a semelhança comigo era tamanha que resolvi postar aqui .-.

18 de julho de 2009

Definitivamente

Eu, definitivamente, cansei das pessoas. Cansei de perder meu tempo. Continuo guardando todas as palavras não ditas, essa dor reprimida e o sentimento de solidão constante. Cansei dos amores não correspondidos e demasiadamente doados, das angústias sentidas, das vontades repentinas. Cansei do meu coração tão instável e suas idéias reversas, bolando planos que nada acarretam além de tolas esperanças que logo se apagam com as lágrimas que escorrem. Cansei desse medo de não corresponder as expectativas e acabar sozinha. Questões em meu íntimo clamam por veemência, impedidas pela torpe insegurança de expô-las. Eu não sou tão triste assim, é que hoje eu estou cansada. :/

Naive - The kooks



I'm not saying it was your fault
Although you could have done more
Oh you're so naive yet so
How could this be done
Your such a smiling sweetheart
Oh and your sweet and pretty face
In such an ugly way
Something so beautiful
That everytime I look inside
I know she knows I'm not fond of asking
True or false it may be
She's still out to get me
I know she knows I'm not fond of asking
True or false it may be
She's still out to get me
I may say it was your fault
Cause I know you could have done more
Oh you're so naive yet so

- As músicas tocam todos os dias na minha cabeça. É difícil organizar meus pensamentos.

3 de julho de 2009

Indelével

Busco algo que me inspire. Algo que me aqueça nesse tempo frio. E como demoro a encontrar, meu refugio é o papel. As palavras encantadas surgem no alto da folha, elas dançam na minha mente, tomam vida. Cores, amores, amigos. Materializam meus devaneios, as coisas que sinto, tornando dizível o indizível, de forma indelével.
Quando escrevo me perco – e acho.

1 de julho de 2009

Aquele sorriso


E acontece: o avista. Quer lhe falar coisas, coisas que sente.
Hesita.
Tinha uma frase que pensou, mas não conseguiu dizer. As letras dessa estrutura se despedaçaram, mas a estrutura do pensamento permanece intacta ali, camuflada por seu silêncio.
E ela permanece em silêncio. Ele a olha com uma cara incrédula de quem espera, paciente. Ela suspira um "oi" e se afasta sem olhá-lo. Queria gritar-lhe a plenos pulmões, para que a ouvisse e compreendesse. Talvez o tempo desloque os seus desejos, ou talvez o faça escutar o que ela diz baixinho, o que diz com os olhos toda vez que o vê. Com o coração a mil, cria coragem e olha para trás. Ele permanece lá parado olhando-a se afastar, com um ar de riso. Ah, aquele sorriso torto que a entorpece. O sorriso dele era o mais digno dos diamantes - ou qualquer outra pedra preciosa - para ela. E ele nem sabe disso, na verdade, ele sempre esteve ocupado demais durante todo esse tempo. Ela tem um súbito de medo. Será que ele desconfia? E se desconfiasse o que faria?
Um dia cria coragem e pergunta-lhe ela mesma.

30 de junho de 2009

Aos cavalos de Tróia

Lembro que quando eu era criança, quando eu ainda amava as pessoas, quando eu era uma pessoa afetiva, eu tinha vários amigos. Amigos esses que fui afastando com o tempo. O afeto deu lugar a frieza. Minha frieza é o meu sustento, minha proteção, minha defesa. Age como uma muralha. Mas a muralha tem sempre umas seteiras, que não servem somente para despejar óleo fervente sobre a audácia de qualquer invasor, que feito cavalo de Tróia, decidiu ver o que existe para além daquela fortaleza. Servem para espreitar o mundo, deixar de vez em quando entrar uns traços de luz e iluminar o pó que se assentou com tempo. Estou a tempos envolta nessa muralha, me sinto claustrofóbica, meu corpo deve ser pequeno demais para minha alma, ou minhas angustias grandes demais para caberem em mim. Ela costumava ser como uma porta, que se abria de vez em quando para uns poucos aventurados, mas que com o tempo foi se solidificando devido aos conflitos internos e a necessidade de reparos. Porém não há reparo que remova as cicatrizes que ficaram.
Aos cavalos de Tróia da vida, digo para se cuidarem. Essa muralha guarda uma fera. E a fera ta ferida, mas não ta morta.

11 de junho de 2009

Dia ruim

Pelo que me disseram, até meu tom de voz parece ter mudado. De um tom firme e confiante, para um tom baixo, fraco, de quem tem medo do que está por vir, de quem não tem fôlego pra protestar. As circunstâncias mudam, nós mudamos, crescemos. Será que é possível crescer sem perder a essência? Pra que ter que passar a viver apenas preso nessa realidade chata?
O tempo teima em correr. Tempo, eu te odeio. Eu era uma sonhadora até você me por pra baixo. O meu coração agora pesa e não consigo mais flutuar.Você tenta todo dia me ensinar a lição. Eu sei que sonhos são apenas sonhos e que eles não vão se realizar, mas me deixa viver nessa mentira, me deixa viver nessa ilusão. É que mentiras sinceras me interessam. Me deixa flutuar, mesmo que eu caia. Não venha me jogar falhas e decepções na cara, não venha me dizer: Eu te avisei, olha pra você agora.
Eu posso estar triste e com os pés no chão, mas é só que eu tive um dia ruim. Não importa o quanto os ventos soprem contra, eu reaprendo a voar.

7 de junho de 2009

Complexo

Busco meu entendimento. Não o entendimento do abstrato, não o entendimento do outro. O entendimento de mim, talvez sim do abstrato, mas do meu abstrato. Sinto-me em constante mudança. Certa vez me perguntaram: “Mudas para melhor?”
Confesso que não sei a resposta. Estou em fase de transição. Hoje é história e o amanhã é mistério. Não pretendo responder expectativas, mas não quero decepcionar quem se importa comigo. Já falhei com isso e decidi que nunca mais aconteceria, pois não há nada pior do que um olhar de decepção vindo de alguém que amamos, que queremos bem. Tal olhar sufoca, congela a alma.
Quer saber? Cansei de buscar me entender, essa é uma tarefa chata e improdutiva. Pra que tentar me traduzir? Na verdade quero sair de mim. Minha sombra me escurece, me prende, me limita. Quero permanecer dias em silêncio para poder ouvir o que as pessoas tentam me dizer. Quero esvaziar minha mente de pensamentos na tentativa de absorver algum pensamento alheio. Quero não ter que explicar nada a ninguém. Que bom é estar triste e não dizer coisa nenhuma. Quero sumir, mas com a certeza de que sentirão minha falta. Ou talvez eu permaneça, satisfazendo a vontade de alguém. Quero tudo, ou talvez nada quero. Não sei o que sou, apenas sei que sou e isso já me basta. Por enquanto.

30 de maio de 2009

Eu e meu algoz

Cada um tem o seu algoz, cada um carrega em si uma companhia que não é das mais agradáveis. Como li num livro certa vez, cada um tem seu próprio demônio. O meu luta contra mim na minha tentativa de controlar meus sentimentos, ele se alimenta da minha mente dormente. Demônio que se vinga todo santo dia, que me deu com as mãos, mas me tirou com o coração. E todo dia me lamento, todo dia me culpo por deixar esse meu lado assumir o controle de mim. A conseqüência é um frio que me consome, me tortura, leva embora minha ternura. Maldito, quero que me deixe em paz. Você já me tirou tudo, já não há mais nada em mim. Vá embora, apague a luz e me deixe sozinha.

26 de maio de 2009

Tudo passa

Hoje acordei sem vontade de levantar. E ali mesmo, deitada na minha cama me perdi em meio aos pensamentos. Tenho feito bastante isso ultimamente, talvez por não me sentir confortável para falar sobre meus problemas e segredos com mais ninguém, talvez porque só eu me entendo, só eu sei o que sinto, assim passo a conversar comigo mesma. Eu definitivamente cansei das pessoas, e o esforço que fazia para mantê-las perto, hoje não o faço mais.
E como já é algo natural e rotineiro, você invade a minha mente trazendo consigo as lembranças do que um dia foi o nosso amor. E do nada uma revolta toma conta do meu ser. Para onde foi aquele amor? Em que abismo ele se perdeu? Pois é, tudo muda. O tempo passa e as memórias são esquecidas, substituídas e até mesmo camufladas. Cansei de você, digo isso pra mim todos os dias. Cansei. Cansei de pra você não ser ninguém. Ouvir essas palavras saindo da minha boca, pronunciadas ao teto branco do meu quarto faz doer, mas essa dor um dia passa. Tudo na vida passa, até minha vontade de você.

25 de maio de 2009

Tudo por você

As vezes eu paro pra pensar, na inútil tentativa de entender por quê você mexe tanto comigo. Por que um olhar seu faz com que eu baixe a guarda e me renda assim tão fácil? É só sentir a sua respiração e meu coração bate acelerado. Por que eu largo tudo por você?
Você é, pra mim, como a gravidade e eu sou o satélite que gira conforme a sua vontade. Não é justo comigo. Por que você não fica feia, ignorante, chata? Por que você é tão perfeita? Poderia até dizer que você tenha um defeito, mas seria egoísmo da minha parte. Não quero, nem vou implorar pelo seu amor. Eu aprendi a amar sem esperar nada em troca. Que coisa mais estúpida de se aprender, mas se você quiser, vou deixá-la ir.

24 de maio de 2009

Eu enlouqueço



E naquela tarde me perguntou: Já viu cair a chuva?
Respondi com os olhos. Já vira, mas enxergara-a pela primeira vez. Olhei para o alto, o cabelo encharcado, sentindo os pingos que atrapalhavam um pouco a vista, mas sentia-me confortável. Uma vontade me invadia, vontade de dançar, de pular de poça em poça. Recordava-me meus tempos de infância, das brincadeiras e gaiatices em tardes chuvosas como essa. Outras lembranças varrem essas para longe. Lembranças de minhas loucuras, de cada vez que penso com saudade nos meus dias ao seu lado, e então eu enlouqueço. Esses dias não voltarão. Artimanhas do tempo que varre da mente a necessidade da lembrança, que me varre do seu calendário.
Fecho os olhos, na minha face forma-se um sorriso torto e tento sentir um beijo seu, molhado da chuva e das lágrimas que deixo cair, e então eu enlouqueço. E nessa vida mais louca que eu é quem diz que não sou feliz. Eu sou feliz.

Stop There.

Não intimido os fracos, nem temo os poderosos. Quem quiser que venha, bato de testa, não dou as costas. É que milhares de mentiras me tornaram uma pessoa mais fria. Fazer o que? É como um vento que vem e arrebata, que varre o calor da alma. Não que eu seja uma má pessoa, tampouco sou uma pessoa ranzinza, longe disso. Apenas deixei de achar graça nas coisas, cansei de rir por desespero. Cansei de tudo, cansei de você.

"Não te quero mal, apenas não te quero mais"

Anestesia

Me tornar uma pessoa aparentemente alegre e fria, seca e vazia de sentimentos. Perfeito. Essa é a minha saída. Isso me toma e envolve, eu não posso mais controlar. Quando dou por mim, lá estou sem conseguir acreditar em mais ninguém, sem conseguir me abrir com ninguém, desmanchando a confiança que as pessoas tinham em mim, machucando o coração de pessoas que amo. Ter me tornado isso é como um anestésico para minha dor, mas eu sei que isso não torna as coisas mais fáceis, isso não me torna mais forte. Por mais que eu segure, por mais que eu esconda, aquela dor permanece. Ela é inevitável.
E agora? O que posso fazer pra recuperar meu antigo eu? Aquela pessoa verdadeiramente feliz, apaixonada por tudo e todos, confiante, com sentimentos reais e duradouros. Aquela que não enjoava das pessoas, que não sentia medo de se entregar inteiramente, mesmo que se machucar fosse previsível, que confiava em si mesma e nas pessoas a sua volta.
Agora ela olha no espelho e focaliza um olhar de superioridade, ela menospreza todos ao seu redor, fala com ar de arrogância. Ela tenta não sentir. Ela só não enxerga o monstro em que se transformou. Ela era alguém que se perdeu e hoje não é mais.