Eu te amo muito.
Essa vida louca vida, essa vida breve. Já que não posso levá-la, quero que ela me leve.
Olá, Estranho. Ponho de lado o meu violão para falar sobre você. Tudo soa tão clichê para mim. Esses amores à primeira vista, finais felizes para a eternidade e muitos outros blábláblás. Mas não pude resistir, se um dia como um sonho você apareceu pra mim*. Você mudou a minha vida, Estranho. Lembro quando te vi pela primeira vez, quando fui de encontro a você. Eu não tinha realmente te notado no meio de tantas pessoas, apenas tropecei
Eu sei tanto de você, mas nada sabes sobre mim. Sei das músicas que gosta, das coisas que escreve, sei que já te decepcionaram e que você ainda sente por isso. Eu sei de tanta coisa, eu poderia fazer você se apaixonar por mim, mas gostar de alguém não faz esse alguém gostar de você. Te olho de longe. É tão bom te ver. Eu adoro o modo como você anda. Tão despreocupado, tão sem ambição. Vive com os fones no ouvido, talvez tenha medo do que o mundo tem a lhe dizer. Você escutaria o que tenho a lhe dizer, Estranho? Você tem a sua vida, talvez ame alguma garota, talvez ame todas. Você vive ao seu estilo, quer se tornar história. Eu me pergunto quando eu farei parte da sua.
Eu, definitivamente, cansei das pessoas. Cansei de perder meu tempo. Continuo guardando todas as palavras não ditas, essa dor reprimida e o sentimento de solidão constante. Cansei dos amores não correspondidos e demasiadamente doados, das angústias sentidas, das vontades repentinas. Cansei do meu coração tão instável e suas idéias reversas, bolando planos que nada acarretam além de tolas esperanças que logo se apagam com as lágrimas que escorrem. Cansei desse medo de não corresponder as expectativas e acabar sozinha. Questões em meu íntimo clamam por veemência, impedidas pela torpe insegurança de expô-las. Eu não sou tão triste assim, é que hoje eu estou cansada. :/
Busco algo que me inspire. Algo que me aqueça nesse tempo frio. E como demoro a encontrar, meu refugio é o papel. As palavras encantadas surgem no alto da folha, elas dançam na minha mente, tomam vida. Cores, amores, amigos. Materializam meus devaneios, as coisas que sinto, tornando dizível o indizível, de forma indelével.
Quando escrevo me perco – e acho.
Pelo que me disseram, até meu tom de voz parece ter mudado. De um tom firme e confiante, para um tom baixo, fraco, de quem tem medo do que está por vir, de quem não tem fôlego pra protestar. As circunstâncias mudam, nós mudamos, crescemos. Será que é possível crescer sem perder a essência? Pra que ter que passar a viver apenas preso nessa realidade chata?
O tempo teima em correr. Tempo, eu te odeio. Eu era uma sonhadora até você me por pra baixo. O meu coração agora pesa e não consigo mais flutuar.Você tenta todo dia me ensinar a lição. Eu sei que sonhos são apenas sonhos e que eles não vão se realizar, mas me deixa viver nessa mentira, me deixa viver nessa ilusão. É que mentiras sinceras me interessam. Me deixa flutuar, mesmo que eu caia. Não venha me jogar falhas e decepções na cara, não venha me dizer: Eu te avisei, olha pra você agora.
Eu posso estar triste e com os pés no chão, mas é só que eu tive um dia ruim. Não importa o quanto os ventos soprem contra, eu reaprendo a voar.