8 de janeiro de 2010

Ah, eu gostaria de ter asas.


Sentei-me bem na beirada e fiquei olhando lá pra baixo até me assustar com um leve movimento ao meu lado. Me impressionei com tamanha graça e beleza. Ele parecia um anjo, talvez até fosse. Eu nunca fui uma pessoa muito crente, mas é como se naqueles últimos momentos a minha mente tivesse se aberto a toda e qualquer possibilidade.
- Qual seu nome?
- Castiel.
- O que é você?
Eu não pude deixar de perguntar. Sabia que não podia ser humano. Ele simplesmente havia aparecido ao meu lado, feito mágica.
- O que você imagina que sou?
- Não sei ao certo. Um anjo?
Percebi que ele estava descalço, assim como eu. Balançando os pés justamente como eu estava fazendo.
- O que faz aqui, Castiel?
- Algo me trouxe aqui.
- Como acha que vai ser? – Perguntei olhando lá pra baixo.
Ele me olhou por um momento, me estudando.
- Talvez não precise ser.
- Para que veio aqui? Se foi para tentar me impedir, digo que perdeu sua viagem.
- Não, na verdade eu até pularei com você.
- Onde estão as suas asas?
- Elas não são necessárias agora.
- Ah, eu gostaria de ter asas.
- Asas te dão a leveza do vôo, mas você não imagina o peso que é preciso carregar nos ombros.
- Sabe, eu já carrego um peso sem ao menos ter asas.
- Entendo. E seria esse o motivo de estar aqui?
- Certamente.
- Milagres não existem, sabe?
- Não espero por um. E sabe, Castiel, não sei quanto a você, mas eu já vou indo.
E pulei.