30 de maio de 2009

Eu e meu algoz

Cada um tem o seu algoz, cada um carrega em si uma companhia que não é das mais agradáveis. Como li num livro certa vez, cada um tem seu próprio demônio. O meu luta contra mim na minha tentativa de controlar meus sentimentos, ele se alimenta da minha mente dormente. Demônio que se vinga todo santo dia, que me deu com as mãos, mas me tirou com o coração. E todo dia me lamento, todo dia me culpo por deixar esse meu lado assumir o controle de mim. A conseqüência é um frio que me consome, me tortura, leva embora minha ternura. Maldito, quero que me deixe em paz. Você já me tirou tudo, já não há mais nada em mim. Vá embora, apague a luz e me deixe sozinha.

26 de maio de 2009

Tudo passa

Hoje acordei sem vontade de levantar. E ali mesmo, deitada na minha cama me perdi em meio aos pensamentos. Tenho feito bastante isso ultimamente, talvez por não me sentir confortável para falar sobre meus problemas e segredos com mais ninguém, talvez porque só eu me entendo, só eu sei o que sinto, assim passo a conversar comigo mesma. Eu definitivamente cansei das pessoas, e o esforço que fazia para mantê-las perto, hoje não o faço mais.
E como já é algo natural e rotineiro, você invade a minha mente trazendo consigo as lembranças do que um dia foi o nosso amor. E do nada uma revolta toma conta do meu ser. Para onde foi aquele amor? Em que abismo ele se perdeu? Pois é, tudo muda. O tempo passa e as memórias são esquecidas, substituídas e até mesmo camufladas. Cansei de você, digo isso pra mim todos os dias. Cansei. Cansei de pra você não ser ninguém. Ouvir essas palavras saindo da minha boca, pronunciadas ao teto branco do meu quarto faz doer, mas essa dor um dia passa. Tudo na vida passa, até minha vontade de você.

25 de maio de 2009

Tudo por você

As vezes eu paro pra pensar, na inútil tentativa de entender por quê você mexe tanto comigo. Por que um olhar seu faz com que eu baixe a guarda e me renda assim tão fácil? É só sentir a sua respiração e meu coração bate acelerado. Por que eu largo tudo por você?
Você é, pra mim, como a gravidade e eu sou o satélite que gira conforme a sua vontade. Não é justo comigo. Por que você não fica feia, ignorante, chata? Por que você é tão perfeita? Poderia até dizer que você tenha um defeito, mas seria egoísmo da minha parte. Não quero, nem vou implorar pelo seu amor. Eu aprendi a amar sem esperar nada em troca. Que coisa mais estúpida de se aprender, mas se você quiser, vou deixá-la ir.

24 de maio de 2009

Eu enlouqueço



E naquela tarde me perguntou: Já viu cair a chuva?
Respondi com os olhos. Já vira, mas enxergara-a pela primeira vez. Olhei para o alto, o cabelo encharcado, sentindo os pingos que atrapalhavam um pouco a vista, mas sentia-me confortável. Uma vontade me invadia, vontade de dançar, de pular de poça em poça. Recordava-me meus tempos de infância, das brincadeiras e gaiatices em tardes chuvosas como essa. Outras lembranças varrem essas para longe. Lembranças de minhas loucuras, de cada vez que penso com saudade nos meus dias ao seu lado, e então eu enlouqueço. Esses dias não voltarão. Artimanhas do tempo que varre da mente a necessidade da lembrança, que me varre do seu calendário.
Fecho os olhos, na minha face forma-se um sorriso torto e tento sentir um beijo seu, molhado da chuva e das lágrimas que deixo cair, e então eu enlouqueço. E nessa vida mais louca que eu é quem diz que não sou feliz. Eu sou feliz.

Stop There.

Não intimido os fracos, nem temo os poderosos. Quem quiser que venha, bato de testa, não dou as costas. É que milhares de mentiras me tornaram uma pessoa mais fria. Fazer o que? É como um vento que vem e arrebata, que varre o calor da alma. Não que eu seja uma má pessoa, tampouco sou uma pessoa ranzinza, longe disso. Apenas deixei de achar graça nas coisas, cansei de rir por desespero. Cansei de tudo, cansei de você.

"Não te quero mal, apenas não te quero mais"

Anestesia

Me tornar uma pessoa aparentemente alegre e fria, seca e vazia de sentimentos. Perfeito. Essa é a minha saída. Isso me toma e envolve, eu não posso mais controlar. Quando dou por mim, lá estou sem conseguir acreditar em mais ninguém, sem conseguir me abrir com ninguém, desmanchando a confiança que as pessoas tinham em mim, machucando o coração de pessoas que amo. Ter me tornado isso é como um anestésico para minha dor, mas eu sei que isso não torna as coisas mais fáceis, isso não me torna mais forte. Por mais que eu segure, por mais que eu esconda, aquela dor permanece. Ela é inevitável.
E agora? O que posso fazer pra recuperar meu antigo eu? Aquela pessoa verdadeiramente feliz, apaixonada por tudo e todos, confiante, com sentimentos reais e duradouros. Aquela que não enjoava das pessoas, que não sentia medo de se entregar inteiramente, mesmo que se machucar fosse previsível, que confiava em si mesma e nas pessoas a sua volta.
Agora ela olha no espelho e focaliza um olhar de superioridade, ela menospreza todos ao seu redor, fala com ar de arrogância. Ela tenta não sentir. Ela só não enxerga o monstro em que se transformou. Ela era alguém que se perdeu e hoje não é mais.