Fui enfileirando cada tijolinho daquele muro que cerca meu forte e só agora percebi que acabei por me enclausurar aqui, deixando todos de fora.
Sentei no chão e ri. Ri de sacudir, um riso histérico, digno de camisa de força. Ri da minha própria tragédia. Sou prisioneira.
Não importa o quão alto eu pule, o quão alto eu grite. Sem perceber, trabalhei com firmeza naquele muro. Um trabalho de já alguns anos, muitas vezes interrompido, muitas vezes atrapalhado. Mas os destruidores ficaram mais e mais escassos com o passar do tempo e não mais tentaram. Devem ter se cansado, acredito, assim como estou agora. Sento e apoio minha cabeça no joelho. Tenho vontade de chorar, mas aqui isso é intolerável. Não é permitido fraqueza, não é permitido remorso, todas as emoções ficaram do lado de fora. Aqui estou eu, rindo da ironia que durante tanto tempo preguei e que acabou por pregar uma peça em mim. E agora tenho a plena certeza de que serei a única que terá de morrer, quando for a hora de morrer por mim.