Renasceu, depois de morrer tantas vezes, mas só pra morrer outras tantas. E sabia que ainda morreria muitas. E porque era assim e sempre seria. E porque talvez amasse do jeito errado e aquele amor lhe esgotasse a vida. E era uma apaixonada-romântica-trouxa-perdedora incurável, e até achava graça nisso. Talvez tivesse nascido com esse destino já traçado: morrer de amor. Beber amor, fumar amor, usar amor. E ela o bebia e usava e fumava. Nas madrugadas, voltava pra casa bêbada, trocando os passos, tateando a fechadura da porta. E no outro dia, enquanto a ressaca doía, jurava que nunca mais ia amar de novo. Só pra amar outra vez, só pra morrer outra vez. Amar era um caminho sem volta.