23 de agosto de 2015

         

           Olhar turvo, coração lento, eu estava bêbada de novo. Havia uma espécie de leveza que só a embriaguez me proporcionava e era diferente de todas as outras. Não melhor, mas necessária. Meus olhos caminhavam lento, fotografando e esquecendo cada centímetro do meu quarto. As luzes embaçadas e intensas, refletidas na retina, imitavam um incêndio, e embora fizesse frio, os meus olhos queimavam e ardiam. A música que tocava era agressiva, contrastava com todo o resto, menos com o fogo nos olhos. Esse também era.