14 de agosto de 2012

Do lado de fora

 Father, into your hands. Why have you forsaken me? In your eyes, forsaken me. In your thoughts, forsaken me. In your heart, forsaken me.


Deixa eu te atualizar sobre os recentes acontecimentos da minha vida, pai. Fiquei doente, mas já sarei, passei no vestibular - naquele curso que você acha medíocre -, deixei de amar você. E de agora em diante vou ser dura com você, porque você sempre foi duro comigo. E as vezes é bom agir mal com alguém simplesmente porque esse alguém agiu mal com você. É bom não ser condescendente, pra variar. Eu nunca soube o que - em mim - te irritava tanto. Você sempre buscou cada erro, cada detalhe minúsculo pra me expor como um fracasso à sua família perfeita. Eu nunca coube na sua linda família. Eu nunca coube na sua vida pateticamente boêmia. Eu nunca coube no seu castelo. Meus sonhos nunca valeram muito pra você. Sabe, pai? Te amei enquanto você me julgava, enquanto você me esquecia na escola. Eu realmente quis um dia caber nesse seu mundinho. Nesse seu castelo construído de mentiras e pose. Agora eu percebi que esse mundo em que você vive é pequeno demais pra mim. Coloquei os seus sonhos numa caixa que deixei no seu velho calabouço. Agora vou seguir os meus. E esse castelo só me perdeu, viu, pai? 



"Você foi medido, você foi pesado e considerado insuficiente."



Um comentário:

Wilix Gabriel disse...

Caramba que forte isso!