24 de novembro de 2011

Tum, bate coração.

Quando eu não te tinha, não-te-ter era também um mal cardíaco que eu possuía, um mal que fazia meu coração pesar como chumbo. Coração machucado como o último morango no fim da feira de domingo, palpitando como martelo que enterra estaca em terra seca e dura. 
E Hermione, minha gatinha, surgia e deitava no meu peito. E só assim pro meu coração bater direito, no compasso do seu coração de gato. Seu coração batia no meu e o chamava pra dançar conforme ele fazia. E só assim, pelo menos durante a noite, meu coração - machucado, de chumbo, palpitante como martelo que enterra estaca em terra seca e dura - batia direito, no compasso de um coração de gato. 


Hoje não tenho nada. Nem coração, nem gato. 

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